Blog da Rosinha

Archive for maio 2012

Sempre achei alguns trotes nas universidades uma verdadeira covardia. Há muito gostaria de escrever sobre o assunto, mas sempre me faltou inspiração.

Mas hoje, recebi um email de um colega de trabalho, na verdade uma nota de repúdio da UFMG  contra os trotes abusivos, e gostei muito do texto. Por isso, o transcrevo abaixo. Vale a pena a reflexão.

De: FAFICH-Centro Academico de Psicologia/ADM/PSI/FAFICH/UFMG
Data: 09/04/2012 05:33 PM
Assunto: NOTA EM REPÚDIO AOS TROTES OPRESSORES E A CHARANGA DA
FACULDADE DE DIREITO DA UFMG.

NOTA EM REPÚDIO AOS TROTES OPRESSORES E A CHARANGA DA FACULDADE DE
DIREITO DA UFMG.

A ideia de superioridade de um ser humano em relação a outro se torna
quase comum em nossa sociedade. Prova disso são as opressões
cotidianas de gênero, raça e orientação sexual. Casos recentes mostram
como essa relação de opressão se da dentro da universidade.

No dia 22 de Março de 2012, os jornais repercutiram o trote do curso
de Turismo da UFMG, em que houve evidentes expressões de machismo.
Duas garotas foram amarradas em um poste e dois veteranos, fantasiados
de policiais, colocaram camisinha em cassetetes e fizeram as meninas
encenarem um sexo oral.

A Charanga da Faculdade de Direito da UFMG passa o ano inteiro
elaborando músicas para serem entoadas em eventos, como Jogos
Jurídicos e Calouradas. Tais músicas exaltam a inteligência dos
estudantes da UFMG e menosprezam a inteligência dos alunos das
faculdades privadas, como este trecho: “Essa sua burrice não vai da
pra exorcizar, paga, PUC, PUC, paga”. Bem como violenta moralmente as
mulheres, como este: “cadela da Milton campos, late, late, late que eu
to passando”. Além de serem homofóbicas: “Na Milton campos só tem
veado, tem sim, tem sim. E a PUC quer dar pra mim, quer sim, quer
sim”.

Esses dois acontecimentos não são isolados dentro da universidade.
Todo início de semestre vivenciamos trotes de vários cursos, que por
si só são opressores, uma vez que parte da concepção de que o outro é
inferior apenas porque acabou de entrar na universidade. Quando
atitudes machistas e homofóbicas ocorrem nesses eventos, agrava ainda
mais o problema da opressão sempre presente.

Diante disso, nos colocamos contra e repudiamos toda e qualquer
recepção de calouros que contenham práticas opressoras, seja em
relação a gênero, orientação sexual, raça ou unidade de ensino.

Ainda exigimos que a reitoria que há muito tempo vem sendo omissa e,
portanto, conivente com essas atitudes, após o posicionamento formal,
responsabilize de fato os devidos opressores.

Assinam: CAPSI, DA ICB, DA Letras, ANEL, MML, Rede Feminista de Saúde, PSTU
—————————————————————–
Att.,
Centro Acadêmico da Psicologia
Gestão Da Unidade

 



  • Aline Monteiro: Perfeito, Rosinha. O jogo foi muito bom!! As meninas entregam muito mais do que a seleção masculina e seus mil holofotes. E não só no futebol: que
  • Lilian: Obrigada, minha amiga querida! Vou contar nossa história tão improvável e tão surpreendente!!
  • Bruna Franco Barbosa Monteiro: Nivaldo, vc escreve muito bem, encantada! Sou estudante de psicanálise e estava lendo sobre a História da Lilly Braun e cheguei até aqui! Gratid