Blog da Rosinha

Ultimamente tenho pensado muito a respeito do fato de as pessoas que fazem as coisas mais erradas possíveis sempre se darem bem na vida. Somos criados com a filosofia de que sendo uma boa pessoa, agindo corretamente, teremos as recompensas e nos daremos bem na vida. Porém, o que tenho constatado ultimamente é que isso não é totalmente verdade.

A cada dia sai uma notícia nova sobre “profissionais” inventando formas de tirar dinheiro de outras pessoas. Temos várias “medicinas”, várias “terapias” e vários “tratamentos” sem comprovação científica sendo oferecidos no mercado, prometendo curar as doenças e acabar com os problemas das pessoas. E é cada vez maior o número de pessoas que caem nesses golpes, iludidas com a cura, buscando qualidade de vida e a procura de uma vida saudável.

Muitas pessoas culpam as vítimas, mas eu não sou esse tipo de pessoa. Prefiro culpar o golpista. E culpo, acima de tudo, a nossa legislação, que deveria tratar esse tipo de “tratamento” como crime e penalizar os golpistas. Mas, ao contrário, o que nós vemos é cada dia mais coachs vendendo cursos e consultorias, prometendo o sucesso, que é conquistado “enquanto os outros dormem”.

Em contrapartida, vejo muita gente que rala pra caramba, que dá duro o dia inteiro em busca de uma educação melhor, em busca de um emprego melhor, e que não consegue sair do lugar. Muito pelo contrário: essas pessoas, muitas vezes, perdem as suas promoções de carreira para um colega que mal se preparou e que viveu a vida inteira dando golpes e puxando o saco das “pessoas certas”.

Diante de tudo isso, fico me questionando: vale mesmo a pena fazer as coisas certas? O que nós ganhamos agindo corretamente num mundo em que não existe punição pra quem age de maneira errada? Pra quem tem fé de que existem outras vidas depois dessa, fazer a coisa certa serve como alento para que, depois da morte, a vida seja melhor baseada nas ações de agora. Mas pra quem não tem essa crença, eu pergunto: como se conformar e se convencer de ser correto vendo tanta coisa errada sendo feita sem punição?

A verdade é que eu fico cada dia mais desesperançosa e não tenho mais fé na humanidade. Não consigo agir de maneira errada, pois já está impregnado no meu caráter agir com os outros da mesma forma que eu quero que ajam comigo. Mas que a tentação de parar de ser certinha e começar a se dar bem na vida é grande, ah, isso é sim…

Alguém aí já parou pra pensar o porquê de as empresas e órgãos públicos liberarem os funcionários para assistirem aos jogos da copa do mundo da seleção masculina de futebol e não liberarem para assistir aos jogos da copa do mundo da seleção feminina de futebol? Alguém aí já parou pra pensar o porquê de o futebol feminino ter menos visibilidade do que o masculino? Alguém aí já parou pra assistir a um jogo de futebol da seleção feminina? Muitas pessoas sabem responder a essas perguntas com respostas claras, mas muitas ainda usam o machismo para justificar e responder. E eu não falo isso por pura suposição, mas porque ao começar a questionar o motivo de a copa feminina não ser tratada da mesma forma que a masculina eu recebi respostas de pessoas bem próximas a mim com argumentos vazios e recheados de machismo.

Eu fui ao Mineirão assistir a um dos jogos da seleção feminina das Olimpíadas de 2016. Gente, que jogo maravilhoso foi aquele? Teve prorrogação, teve disputa por pênaltis e teve a gigante da Marta em campo. Foi uma das melhores experiências em relação a futebol que eu já tive na vida. E o futebol feminino, ao contrário do que muitos dizem, é um jogo carregado de técnica, de embate, de combate, de garra e disputa da bola. É cada pancada que eu fico “nossa, como ela leva essa pancada, levanta e já corre pro jogo”? Se fosse no futebol masculino, o jogador ficaria caído em campo choramingando e fazendo manha com o juiz.

Sobre o jogo de hoje pela copa do mundo, onde o Brasil ganhou do Panamá de 4 a 0, tendo um pênalti claro não dado pela árbitro e pelo VAR, sendo que poderia ter ficado 5 a 0, só tenho uma colocação a fazer: que jogo maravilhoso e carregado de emoção! Que gigante é a Ary Borges em campo! Que lindo é ver as meninas jogando, ajudando umas às outras, sem fominhagem de bola igual acontece no futebol masculino! A gente percebe que elas lutam pelo coletivo, não se importando com quem fez ou deixou de fazer o gol, o importante ali é marcar o gol. E foi isso que vimos hoje. A Ary poderia ter feito os 4 golsda partida, mas ela preferiu passar a bola pra Bia Zaneratto e deixar ela marcar o dela pela seleção. Se fosse na seleção masculina que jogou na última copa, acredito que apenas o Pombo faria uma coisa dessas (mesmo assim, tenho minhas dúvidas). Não consigo enxergar nenhum outro jogador deixando a sua estrela de lado para acender a estrela do companheiro de time. E na seleção feminina isso é muito comum.

Fato é que quem fala mal do futebol feminino é porque ainda não parou para assistir a uma partida, é porque ainda não consegue aceitar o fato de que é lindo ver uma seleção que não tem toda a visibilidade da masculina jogar com a garra que as meninas jogam, é porque ainda não conseguiu derrubar a imposição machista que a sociedade impõe. Por isso, fica aqui meu convite: assistam aos jogos da seleção feminina na copa! Mas assistam com o coração e a mente aberta. Não tenham vergonha de mudar de opinião e aceitar que o mundo segue evoluindo, que apenas seu machismo ainda permanece retrógrado. Bora, Brasil! Bora trazer esse título pra gente!

Sempre amei escrever. Sempre senti mais facilidade para expressar meus sentimentos em palavras escritas do que em palavras ditas. E, por isso, criei esse blog há anos atrás.

Em conversa com uma grande amiga semana passada, mostrei a ela uma das minhas postagens, que tinha a ver com o momento em que ela estava passando, e ela simplesmente amou a ideia de colocar “no papel” os sentimentos. E, com isso, ela resolveu criar um blog, onde ela expõe seus sentimentos, pensamentos, frustrações e emoções.

Dessa forma, nasceu o “Seria trágico se não fosse cômico“, o blog da minha grande amiga Lílian, e que eu, humildemente, venho indicar a todos vocês. Deem uma passadinha por lá e se identifiquem com os vários “causos” contados por ela. Tenho certeza de que irão gostar.

O tempo faz com que as pessoas mudem, amadureçam e repensem os objetivos de suas vidas. Com o passar dos anos, desconheço uma pessoa que tenha mudado tanto quanto eu em relação a baladas e sair de casa. Quem me conhece há mais tempo sabe que eu era figurinha carimbada nas fotos do Ouro Preto na Balada e estava presente em quase todas as festas. Quando eu era adolescente/jovem, passar um sábado à noite em casa era um fracasso total pra mim, com aquela sensação de que eu estava perdendo minha vida ficando dentro de casa. Lembro de uma vez que eu tive que fazer um pequeno procedimento cirúrgico nos pés e não pude sair pra ir a um show que teria no Carijós, aqui na minha cidade. Eu fiquei em casa com aquele sentimento de que eu nunca mais recuperaria aquele sábado perdido. “Todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite” era meu lema e eu sempre estava em algum lugar cercada de amigos. E foi assim até os meus vinte e poucos anos. Eu era a inimiga do fim.

Depois fui me tornando mais quieta, não saía mais todo sábado, não ia pra clubes e shows, nem a boates. Preferia um restaurante, onde eu pudesse ir mais cedo, ficar sentada comendo uma boa comida e ir embora pra casa por volta das 22h. O número de amigos foi diminuindo e os sábados à noite em casa foram ficando cada dia mais comuns, já que eu preferiria sair durante a semana do que nos finais de semana, pois descobri que lugares cheios eram estressantes, pois os restaurantes da minha cidade não estão preparados para trabalhar com a casa cheia, por isso, custavam a atender as mesas e ficavam mais perdidos que tudo. Outra coisa que começou a me irritar muito foi a falação alta das pessoas, pois tem alguns que amam ir a restaurantes, sentar em suas mesas e gritar as suas histórias para que todos ouçam (vocês não têm ideia do quanto isso me irrita). Aquela Rosinha que era vista rodeada de amigos na balada foi substituída pela Rosinha/Daniella que ia a restaurantes com um grupo seleto de amigos.

E desse jeito eu fui vivendo. Até que em março de 2020 começou a pandemia. No início ficou tudo muito confuso, fechou tudo e tínhamos que ficar em casa. Nessa época, eu morava sozinha, fiquei dois meses em trabalho remoto, via meus pais de dentro do meu carro e eles na garagem da casa deles, fazia compras pela internet, pedia delivery e cozinhava sozinha pra mim mesma. Eu me entoquei, só saía de casa quando era muito necessário e as chamadas de vídeo e as lives eram minhas companheiras durante as noites. Eu namorava na época e meu namorado morava em outra cidade e nossos encontros, que eram, no máximo quinzenais, se tornaram mais espaçados (isso me incomodou, pois eu sentia muita falta dele). Eu aprendi a curtir a minha casa, aprendi a fazer uma tábua de frios e tomar um bom vinho sozinha, aprendi a dar aulas através da tela de um computador e, mesmo assim, interagir de maneira bem satisfatória com os alunos, eu aprendi a viver só. E, nesse tempo, conheci uma Daniella que eu ainda não conhecia e vi que essa Daniella era caseira e adorava ficar em casa. E eu gostei dela.

As coisas foram voltando ao normal e ao presencial, mas eu ainda não estava pronta para voltar ao presencial. Me sentia estranha fora da toca. Eu já não morava mais sozinha, meu namorado tinha vindo morar comigo e eu tinha adquirido uma cachorra. Eu ia visitar meus pais quase que diariamente, via meus irmãos e sobrinhos, conversava com meus amigos através do WhatsApp. Basicamente, eu saia de casa apenas para trabalhar, ir ao médico, ao supermercado e à farmácia. Sempre que alguém me chamava pra fazer alguma coisa, eu falava que não me sentia a vontade e que só depois da vacina eu voltaria a sair de casa para coisas não essenciais. A primeira dose veio, mas ainda faltava a segunda pro esquema de vacinação ficar completo. Depois de dois meses, veio a segunda. E eu comecei a me permitir ver alguns (raríssimos) amigos. Mas só via aqueles que eu sabia que estavam se cuidando da mesma forma que eu. Só que eu descobri uma coisa: eu amava programas de jovens senhoras que assentavam ao redor de uma bela mesa de café pra “fofocar” à tarde. Sim, parei de sair à noite, nem restaurantes me faziam falta mais. A não ser um determinado restaurante, onde eu chegava às 19h, estava tudo vazio, tinha um atendimento maravilhoso e às 21h eu já estava em casa. Se tornou meu lugar favorito e o pessoal que lá trabalha me chama de Dani e já sabem o lugar que eu gosto de ficar. Percebi que fiquei bastante seletiva.

Só que tudo isso, eu faço muito raramente. Eu vejo meus amigos muito pouco, eu saio de casa muito pouco, eu só vou a festas de aniversário dos meus irmãos e sobrinhos. Minha vida tem se resumido a casa-trabalho-casa dos meus pais-consultórios médicos. Tem amigos que reclamam muito dessa minha ausência, outros tentam fazer de tudo pra me tirar de casa e uns até ficaram com raiva e se afastaram. Eu não deixei de ser amiga deles, sou aquela que está ali pra sempre que precisarem e converso praticamente todos os dias com eles, mas eu deixei de ser aquela que está sempre junto fisicamente, aquela que sempre combina os encontros da turma, aquela que marca presença em todas as festas. E isso não é falta de consideração, amor ou amizade: isso é uma característica minha. Até eu entender que agora eu sou assim, eu sofri muito me cobrando a fazer o que eu não queria e a fazer as coisas só para agradar o outro, o que acabava me desagradando muito.

Outra coisa que eu aprendi é que eu não gosto de visitas. Sim, gente, eu não gosto. Não sou a “típica mineira” que ama ter a casa cheia de gente e serve comida o dia inteiro. Eu gosto de ter sossego na minha casa e eu odeio a cobrança das pessoas em querer que eu as receba em casa. Acredito que essa cultura deveria ser modificada na nossa sociedade. As pessoas poderiam começar a entender que visitas não são obrigatórias e que, se a pessoa quiser, ela vai convidar. Eu detesto quem se convida pras coisas. Acho isso uma verdadeira falta de respeito. “Ah, mas a Daniella nunca recebe ninguém na casa dela?”. Não é isso. Eu recebo, mas só quem eu tenho uma intimidade muito grande e quem eu realmente quero que vá. Eu só convido aquelas pessoas que eu sei que têm noção de tempo e espaço e sabem exatamente a hora de ir embora. Além disso, odeio aqueles que querem fuçar em tudo, ver tudo o que você tem, pois esses são bisbilhoteiros, invejosos e não estão ali para vibrar junto de você as suas conquistas, estão ali para desejar ter tudo aquilo, mas sem fazer o mesmo esforço que você.

Com o passar dos anos, eu me transformei e, ao invés de ser “aquela que está em todas” eu me tornei “aquela que nunca vai”. E, pra mim, tá tudo bem. Só falta eu convencer as pessoas de que meu carinho, amor e amizade por elas não diminuiu. E que eu estarei junto delas sempre que precisarem realmente de mim. Serei a amiga ausente em alguns aniversários, em alguns encontros e algumas festinhas, mas também serei aquela que estará lá quando não estiver mais ninguém.

Muita gente questiona o fato de haver tantos feriados no Brasil e o tanto que brasileiro adora um feriado. Geralmente esse gosto pelas folgas é associado à vagabundagem, à preguiça, à falta de amor ao trabalho e à ideia de que brasileiro associa trabalho a castigo. Muita gente apedreja e critica essa situação, mas a verdade é que ninguém que eu conheço (pelo menos até onde eu sei) parou pra pensar no motivo de tudo isso. Te convido a fazer uma reflexão: por que você acha que brasileiro gosta tanto de final de semana, feriados, folgas e férias?

Bom, na minha humilde opinião, eu acredito que a carga horária de trabalho da maioria dos brasileiros é bem puxada, além de o trabalho ser pesado. Não falo de todos, mas da maioria. As empresas enxergam sua mão de obra ainda com os olhos na escravidão, onde o funcionário não tem direito a uma vida fora da empresa e sugando dele o máximo da sua carga de trabalho. E tudo isso sem prestar auxílio psicológico e, muitas vezes, com a prática de abuso moral e sexual. As empresas não enxergam as pessoas como seres humanos, elas as enxergam como máquinas. As empresas não se preocupam em oferecer um local agradável para se trabalhar, oferecendo, muitas vezes, um ambiente tóxico e que alimenta uma competição nada saudável. Quantas pessoas chegam tarde em casa e, muitas vezes, nem chegam no mesmo dia, porque estavam fazendo hora extra? Se a carga de trabalho fosse condizente com a capacidade que a pessoa tem de produzir dentro da carga horária estipulada, horas extras não seriam necessárias para a realização do trabalho.

“Ah, Daniella, mas fulano arrumou emprego e faltou mais do que foi. Perdeu o emprego no período de experiência ainda”. “Ah, mas eu tentei arrumar emprego pra ciclano na minha empresa e ele não quis, pois estava recebendo auxílio do Governo”. Ok, gente, existem casos e casos. Existe muita gente preguiçosa, que tenta dar o golpe e viver de auxílios pro resto da vida ao invés de trabalhar pra se sustentar. Tem muita gente assim, mas neste post não estou me referindo a essas pessoas. Aqui eu falo dos trabalhadores que chegam em casa ao final do dia sem energia alguma para cuidar da casa, da família, de fazer atividade física etc. Afinal, a pessoa, além de trabalhar boa parte do seu dia, ainda tem muitos afazeres e compromissos.

Outro fato importante de ser relatado é o tal de mandar mensagem no WhatsApp do funcionário enquanto ele está no momento de descanso. Eu já abordei esse tópico em outro post e convido todos a lerem por lá o que eu penso sobre isso. Esse tempo que o funcionário dispensou para a empresa respondendo às mensagens não é contabilizado em sua carga horária e ele fica trabalhando de graça ao invés de cuidar de si mesmo e de sua saúde física e emocional.

Concluindo, pois esse post ficou longo demais, penso que nós, brasileiros, gostamos sim de feriados, folgas, finais de semana e férias porque estamos cansados desse jeito explorador de trabalhar na maioria das empresas do nosso país. Enquanto as empresas não valorizarem o funcionário, proporcionando a ele carga de trabalho compatível com a jornada, proporcionando apoio psicológico, transformando o ambiente em um ambiente mais leve e menos tóxico, enquanto elas não entenderem que um funcionário valorizado rende muito mais para a empresa, continuaremos fãs número um dos feriados e afins. Afinal, são apenas nesses momentos que conseguimos descansar, um pouco, nosso corpo e nossa mente.

Às vezes me pego pensando: quanto as pessoas acham que vale o nosso tempo? Por que a maioria das pessoas pensa que o tempo delas é mais valioso do que o nosso? Por que elas exigem pontualidade e imediatismo de nossa parte se não temos isso por parte delas? Por que algumas pessoas são tão indisponíveis, mas exigem que estejamos disponíveis para elas durante 24 horas do nosso dia? Por que alguns prestadores de serviço atrasam tanto para começar um atendimento com hora previamente marcada?

Eu sempre passo raiva quando procuro atendimento médico com hora marcada. A maioria dos médicos não te atende no horário. Isso porque eles já têm as agendas bem definidas com antecedência. Desde que me entendo por gente, me vejo presa por horas em salas de espera de médicos. E eu acho isso muita covardia, pois ninguém vai ao médico porque quer, ninguém vai ao médico para se divertir. Se estamos ali, é porque estamos com algum problema ou estamos tentando evitar algum problema de saúde. Já temos que lidar com a ansiedade de não estar com a saúde em perfeitas condições e ainda temos que lidar com o estresse de perdermos um dia inteiro esperando pelo atendimento, sendo que nosso tempo é tão precioso quando o de qualquer outra pessoa. Já fiz um post aqui sobre esse assunto e confesso que nada mudou de lá pra cá.

Outra situação que sempre me incomoda é as empresas acharem que seus funcionários são máquinas e que têm que trabalhar no regime 24 por 7. Meu último post foi exatamente sobre isso e não me estenderei sobre esse assunto aqui. Mas vale ressaltar que as pessoas que te incomodam no seu horário de descanso com demandas que podem ser esperadas, são as mesmas pessoas que se tornam indisponíveis no horário de descanso delas. Às vezes situações que realmente são emergenciais não conseguem ser resolvidas a tempo porque uma das pessoas envolvidas no processo está indisponível. E, geralmente, essa é a pessoa que vai reclamar caso outro membro da equipe se comporte da mesma maneira.

Fato é que uma pessoa sempre acha que o tempo dela é mais precioso que o tempo de outro. Quando se atrasa para um compromisso, sempre encontra uma desculpa, mas, no final das contas, foi tudo falta de planejamento e falta de prioridade, além de falta de responsabilidade e respeito com o outro, que ficou esperando, perdendo o seu tempo. Sempre prezo pela pontualidade, em qualquer situação. Uma vez marquei um café com um amigo que mora na Irlanda e que estava de passagem aqui pela cidade. Marcamos às 15h e fui pontual. Ele também foi e me disse “Nossa, Dani, você é a única brasileira que eu conheço que é pontual até em cafés para bate papos informais”. Na época eu respondi que isso era respeito de minha parte, que mesmo para um passeio informal devemos entender que o outro fez uma escolha e a escolha foi gastar o tempo dele ao seu lado e que isso deve ser valorizado.

Diante disso fica meu questionamento: o tempo das pessoas tem valor diferente? Quanto vale o nosso tempo? O que determina que o tempo de uma pessoa X vale mais que o tempo de uma pessoa Y? O que justifica esperarmos tanto tempo pelo atendimento de um determinado profissional e ele não poder esperar 5 minutos de um atraso do cliente? Sei que esse assunto é recorrente por aqui, mas a cada dia, a cada ano, acho mais urgente conversarmos sobre pontualidade. A vida anda cada dia mais corrida, nos tornamos malabaristas para dar conta de todas as tarefas que nos foram incumbidas e, por isso mesmo, temos que valorizar não só o nosso tempo, mas o tempo do outro também. Isso se chama respeito!

Palavras tão comuns, tão faladas, mas tão pouco entendidas. As pessoas falam muito que estão estressadas, ansiosas e deprimidas, mas muitas delas não tem a real noção do que essas doenças podem causar a uma pessoa. E, o pior, muita gente tacha essas doenças como frescura, falta de Deus etc. Não sou médica, não sou psicóloga, não sou especialista em saúde mental, mas sei muito bem o que cada uma dessas chamadas “dores da alma” faz com as pessoas. Pessoas extremamente alegres perdem o brilho nos olhos e a alegria em viver. A ansiedade causa dores de cabeça fortíssimas, falta de ar, dentre outros sintomas. Precisamos, urgentemente, falar mais sobre isso e entender melhor o que cada ser humano sente. E tratar a doença da maneira como deve ser tratada: com empatia, com profissionalismo e, acima de tudo, com muito amor ao próximo.

A vida está cada dia mais corrida. As pessoas acumulam afazeres, afazeres e afazeres. Momentos de lazer estão cada vez mais escassos. E, mesmo nos momentos de lazer e descanso, as pessoas são inundadas de mensagens no WhatsApp falando de serviço. Outro assunto que eu gostaria de tratar: WhatsApp. Por que as pessoas se sentem no direito de te inundarem de mensagens, a qualquer hora, sobre assuntos relacionados ao seu trabalho no seu telefone pessoal? Se fosse pessoalmente e você estivesse no seu horário de almoço, será que seus colegas de trabalho iriam até o local onde você estaria almoçando e te solicitaria serviço naquele momento? Acredito que não. Então, por que eles te inundam de mensagens fora do seu horário de trabalho solicitando serviços? E, o pior, com uma urgência absurda. Isso faz com que a nossa mente não desligue, que não consigamos realmente relaxar e esquecer o trabalho. E isso tem deixado as pessoas cada dia mais doentes. E só mais um detalhe: de graça, pois as empresas não enxergam troca de mensagens no WhatsApp sobre trabalho como hora extra.

Já ouvi vários relatos de pessoas que acordam e não tem a mínima vontade de ir trabalhar. Outras que chegam no serviço e a cabeça não para um minuto, fazendo com que a pessoa se perca numa infinidade de pensamentos e prejudique a sua produtividade. Relatos assim já eram comum, mas parece que se intensificaram depois da pandemia. As pessoas, simplesmente, não conseguem focar, não conseguem produzir e a cobrança em cima delas só aumenta. E essa cobrança, além de vir de seus superiores e colegas de trabalho, vem da própria pessoa. E ela entra num loop infinito de se preocupar com as coisas que tem que fazer e não conseguir fazer essas coisas porque está preocupada com tudo isso. E quando mais ela se preocupa, mais ela trava e não consegue sair desse loop.

Em 2015 houve um estudo em que a OMS dizia que ansiedade, depressão e estresse seriam as doenças mais comuns do mundo. E, naquela época, eles ainda não tinham ideia do que estaria por vir. Se sem a pandemia a previsão era essa, imagina tudo isso agravado pelas incertezas, pelo medo e pela privação do lazer que vivemos em 2020 e continuamos vivendo em 2021. Acredito que as pessoas que tenham a exata noção de tudo o que tem acontecido no mundo nos anos de 2020 e 2021 não estejam, de fato, bem. Por mais que todos nós respondamos “tudo bem” quando alguém nos pergunta como estamos, nós, de fato, não estamos bem. Eu tenho respondido que “estou funcional” e muitos me perguntam “o que significa isso?”. Eu digo: significa que estou conseguindo fazer o possível no meu serviço e na minha vida pessoal, mas que minha produtividade está extremamente abalada, pois tenho exata noção de que não estou rendendo o meu melhor, mas tenho plena convicção de que estou fazendo o melhor possível. Mas nem sempre esse melhor possível é suficiente para a empresa. A nossa cultura empresarial nos enxerga como máquinas, não como seres humanos. É uma cultura de exploração do funcionário e não de valorização.

Diante de tudo isso, penso que as questões trabalhistas deveriam ser revistas e o relacionamento entre os colegas de trabalho também, principalmente o relacionamento de chefia. Entendo que as pessoas têm urgência em determinados serviços, mas respeitar o momento de descanso do outro é fundamental. Temos que acabar com a ideia de que enviar mensagens no WhatsApp do colega solicitando serviço, fora do horário de trabalho, é algo normal. Temos que entender que determinados tipos de mensagem são invasivos e não mandar. Temos que entender que ansiedade, depressão e estresse são doenças reais que acontecem com qualquer um, independente da vontade da pessoa. E temos que enxergar essas doenças com os mesmos olhos que enxergamos qualquer outra, tirando o estereótipo da frescura e da doença de gente mimada (sim, já ouvi isso de algumas pessoas e fiquei extremamente chateada com a falta de empatia). Quero muito acreditar que o mundo está passando por mudanças e que essas mudanças são para melhor, mas estou cada dia mais “desesperançosa” com tudo o que tem acontecido.

Por isso, faço um apelo aos meus queridos leitores: sejam empáticos com seus colegas! Evitem interromper o momento de descanso alheio! Ao perceber que uma pessoa está mais cabisbaixa e não está produzindo como antes, converse com ela, mas converse no sentido de tentar entender o que está acontecendo e não no sentido da cobrança. Ofereça ajuda sempre que puder, mas saiba respeitar o espaço do outro. 🙂

Vocês devem estar pensando “lá vem a Dani reclamona de novo”. Pois é, vamos fazer a nossa reclamação do dia então. Rsrsrsrsrs. Na verdade, nem é reclamação, é desabafo mesmo. Estamos nessa pandemia há mais de um ano. Em março do ano passado fomos pegos de surpresa por um vírus com alto poder de contaminação e que, a princípio, matava pessoas idosas e algumas pessoas com comorbidades. Ao longo desse tempo, nos deparamos com um vírus extremamente devastador, que não tem critério para matar, nos dando a sensação de roleta russa, pois não sabemos como ele irá agir no nosso corpo ao sermos contaminados.

Ao longo desse tempo, as pessoas foram se adaptando: algumas continuam negacionistas, algumas continuam com medo e tomando os devidos cuidados, algumas dizem ter medo, mas não tomam cuidado algum e por aí vai. Temos uma infinidade de atitudes perante o vírus e não vou falar sobre todas elas aqui nesse post, pois não é esse meu intuito. Vou falar apenas de uma dessas atitudes, que é a que mais me incomoda e ferra com minha saúde mental: a atitude do ser humano que nega a doença, que se acha imune e que vai trabalhar infectado, sem avisar seus superiores e seus colegas de trabalho. Sim, por mais absurdo que possa parecer, já ouvi vários relatos de pessoas que, mesmo apresentando sintomas compatíveis com a COVID-19, levam sua vida normalmente, sem se preocupar com os outros. Essas mesmas pessoas, depois de serem “obrigadas” a fazer o exame e ter ali na sua frente o resultado positivo, ainda negam a doença e dizem que não é tão grave quanto dizem, que não passa de uma simples gripe.

O problema que vejo nesse tipo de atitude é que essas pessoas se mostram extremamente egoístas, sem empatia e sem amor ao próximo. Isso não seria problema algum caso a doença não contaminasse um terceiro e esse terceiro tivesse maiores complicações, podendo, até mesmo, chegar ao óbito. Se a doença matasse apenas quem a procura, ou apenas quem a nega, tudo bem por mim (sim, estou extremamente sem empatia por certos tipos de gente), mas ela acaba atingindo pessoas e famílias que respeitam a doença e tomam todos os cuidados necessários. A morte de um membro de uma família pode desestruturar toda a família. E essas pessoas, esses “alecrins dourados” pouco se importam com tudo isso. O que mais tenho visto ultimamente são relatos de pessoas dizendo que seus parentes estavam se cuidando, mas contraíram o vírus e se foram. Esses relatos me deixam muito triste e sem esperança.

Sob meu ponto de vista, a única forma de conseguirmos voltar, de maneira gradual, para uma vida mais normal, pois acho impossível voltarmos a viver da forma que vivíamos antes dessa pandemia, é a vacinação em massa da população. Mas até isso tem sido colocado em cheque ultimamente. Eu tenho 39 anos, quase 40, e cresci tomando vacinas, cresci vendo que vacinas são necessárias para erradicação de inúmeras doenças. Agora parece que as pessoas emburreceram e estão questionando o poder da vacinação. Antes de mim, tivemos uma geração amplamente afetada pela poliomielite. A vacinação conseguiu exterminar a doença. Mas hoje em dia os chamados antivac conseguiram fazer com que a doença desse as caras novamente. O pior é que esses antivac não afetam diretamente a vida deles, afetam a vida de um ser inocente que ainda não tem opção de escolha e vai viver refém da doença pelo resto da vida.

Da mesma forma, o movimento contra vacina nessa pandemia tem colocado em risco a vida de várias pessoas. Além disso, algumas pessoas públicas que têm poder no Brasil vão até a imprensa e disferem vários xingamentos aos principais fornecedores de matéria-prima para a confecção de mais vacinas, que se sentem ofendidos e não mandam insumos pra cá, fazendo com que todo esse processo atrase ainda mais. Tudo isso tem me feito perder a esperança na humanidade. As pessoas estão se mostrando cada dia mais egoístas, sem amor ao próximo e sem empatia. E tudo isso me faz perder a esperança de que viveremos em um mundo melhor, como é a grande promessa de várias religiões por aí. Uma coisa é certa: se eu sobreviver a essa pandemia, estarei totalmente quebrada por tantos lutos vividos e extremamente seletiva em relação às pessoas com as quais terei um convívio mais próximo.

Se cuidem! Cuidem dos seus! E coloquem essa massa encefálica pra funcionar. Vamos fazer jus ao humano que faz parte da nossa espécie e sermos mais empáticos e mais amáveis com as outras pessoas. Olhem para além do próprio umbigo! E tomem a vacina! 🙂

Vamos falar hoje sobre um assunto que muitos falam sobre, mas poucos o vivem na prática: o respeito. As pessoas dizem que querem ser respeitadas, que merecem respeito, mas será que elas também respeitam os outros? É muito fácil você respeitar quem pensa igual a você, mas e a pessoa que pensa diferente? Ela não merece respeito?

Pois bem, por que eu estou escrevendo isso? Porque desde o início da pandemia eu assumi uma postura de recolhimento, em respeito à minha saúde e à saúde do próximo. Eu escolhi sair de casa apenas para ir trabalhar, ir ao supermercado e ir levar meus pais aos médicos, saindo de casa o mínimo possível. Deixei de frequentar restaurantes, pizzarias, hamburguerias, festinhas de família, encontros de casais, parei de receber amigos em minha casa etc. Tudo isso porque essa é a recomendação para esse momento, pois ainda não temos vacina e não temos um tratamento efetivo contra o novo coronavírus. Minha vida está assim desde o dia 18 de março e não sei até quando ela continuará assim, pois ainda não tem uma vacina eficaz sendo produzida em larga escala.

Desde então tenho visto as pessoas fazendo aquilo que elas bem entendem: umas se recolhem, assim como eu; outras não estão nem aí pra nada, desde o início de tudo isso, e agem como se nada de errado estivesse acontecendo no mundo, fazendo suas festinhas e se aglomerando como se o amanhã não existisse; outras, que antes estavam recolhidas, encheram o saco e agora resolveram voltar a viver normalmente, indo a restaurantes, frequentando barzinhos, fazendo viagens; algumas conseguiram arrumar namorados nesta quarentena, inclusive trocando de namorado duas ou três vezes; já outras são descrentes e acham que o vírus é invenção da mídia golpista e, sobre essas, eu nem faço comentário algum.

E o que tudo isso tem a ver com respeito? Pois te digo: eu não estou sendo respeitada em minhas decisões, mesmo eu respeitando as decisões alheias. Pessoas constantemente me convidam para suas festinhas, que têm poucos convidados, e eu recuso o convite sem emitir a minha opinião a respeito. Resultado: eu saio como a chata radical. E esse “julgamento” vem sem eu emitir a minha opinião, pois se eu a emitisse, provavelmente eu seria queimada tal qual Joana foi. Até apelido “inofensivo” eu ganhei. Mas não fiquei chateada, mesmo sabendo que brincadeira é quando os dois brincam juntos e, nesse caso, a pessoa brincou sozinha.

Fato é que a inversão de valores fez com que as pessoas que estão seguindo suas vidas de acordo com as recomendações para o momento são duramente criticadas e são desrespeitadas em suas decisões. Amigos se afastam, familiares se aborrecem, colegas as bombardeiam com críticas, elas ganham apelidos pejorativos… Mas elas não podem, em momento algum, ir contra o fato de as pessoas estarem sendo extremamente irresponsáveis e vivendo sem pensar no coletivo. “Ah, não, isso não! Você não pode falar isso, pois as pessoas simplesmente se cansaram de ficar em casa e você TEM que entender a necessidade delas”.

A única coisa que peço é que vocês, que pensam diferente de mim, me respeitem ao invés de me julgarem. Aceitem o meu não ao seu convite neste momento sem ficarem com raiva, sabendo que se a situação fosse outra, eu estaria junto de vocês. E sim: eu fico extremamente chateada com essa falta de responsabilidade com o coletivo. Mas, ao invés de julgar e derramar minha opinião sobre vocês, eu me calo e continuo seguindo adiante com as minhas convicções. Se cuidem!

Durante todo esse tempo em que deveríamos nos recolher e pensar em comunidade, eu fiquei recolhida (saindo de casa apenas pra trabalhar) e pensando não apenas em mim, mas nas pessoas próximas e em um jeito de evitar que elas adoeçam. Durante todo esse tempo eu acabei me preocupando mais do que eu deveria (?) e isso acabou me fazendo muito mal psicologicamente, pois tenho ficado constantemente muito puta com a falta de responsabilidade e de empatia das pessoas.

Mas essa semana eu cansei. Me lembrei dos meus 5 anos de terapia e de tudo o que evolui nesse tempo, em saber separar as coisas que são de meu controle e responsabilidade das coisas que independem de mim, que pertencem aos outros, sendo que a minha reação a essas atitudes é a única coisa da qual eu tenho controle. Depois dessa reflexão, cheguei a uma conclusão: eu cansei. Cansei de me preocupar com pessoas que não estão nem aí pra nada, que não agem com responsabilidade e que se expõem a riscos desnecessários. Cansei, também, de tentar cuidar das pessoas impondo a elas (olha que ousadia a minha!) o isolamento por fazerem parte do grupo de risco. E cansei, principalmente, de tentar entender a humanidade, pois sob meu ponto de vista é impossível aceitar que uma batida de perna na rua pra ver o movimento é mais importante do que a saúde própria e a saúde dos entes queridos.

Eu tinha muita esperança de que, no final de tudo isso, seríamos pessoas melhores, de que aprenderíamos a viver em sociedade, de que viveríamos em uma era com menos egoísmo e com mais amor ao próximo. Mas será que isso realmente é possível? Eu já não sei mais. Afinal, neste período atual estamos vendo o despertar do pior de cada um, estamos vendo pessoas brigando por ideologias políticas radicais sem o menor respeito pela opinião contrária, estamos vendo emanar todo o machismo, racismo e preconceito que estavam escondidos dentro de cada um. Em meio a uma pandemia estamos vivendo uma era em que pessoas são incitadas a invadir hospitais e a quebrar tudo, a fim de mostrar que esse vírus não existe e é uma invenção da mídia golpista.

Em uma época em que somos estimulados a usar máscaras para nos proteger e proteger os outros, estamos vendo as máscaras caírem e conhecendo o verdadeiro eu das pessoas. E eu estou apavorada com alguns “eus” que tenho visto por aí. Amigos queridos, parentes próximos, pessoas que eu julgava inteligentes têm se mostrado egoístas, irresponsáveis e maus. A maldade, que antes era enrustida, tem me assustado bastante. E eu ainda me questionava: “Como fulano mudou. Onde estava essa maldade que eu nunca tinha reparado? Como fui me enganar tanto a respeito de tal pessoa?”.

Tudo isso que relatei acima estava mexendo demais com meu psicológico e eu estava, de fato, ficando maluca tentando achar respostas. Mas agora eu cheguei no meu limite e cansei. Cansei de me importar. Vou fazer a minha parte, vou seguir com a ideologia que eu acho certa, vou continuar com meu isolamento e me cuidando. Mas cansei de me preocupar com os outros, cansei de esperar empatia das pessoas, cansei de ter esperanças num mundo melhor…

PS: faltam 30 dias para meu aniversário. E, até da minha tradicional contagem regressiva, eu cansei…


  • Nenhum
  • Aline Monteiro: Perfeito, Rosinha. O jogo foi muito bom!! As meninas entregam muito mais do que a seleção masculina e seus mil holofotes. E não só no futebol: que
  • Lilian: Obrigada, minha amiga querida! Vou contar nossa história tão improvável e tão surpreendente!!
  • Bruna Franco Barbosa Monteiro: Nivaldo, vc escreve muito bem, encantada! Sou estudante de psicanálise e estava lendo sobre a História da Lilly Braun e cheguei até aqui! GratidÃ