Blog da Rosinha

Archive for agosto 2021

Às vezes me pego pensando: quanto as pessoas acham que vale o nosso tempo? Por que a maioria das pessoas pensa que o tempo delas é mais valioso do que o nosso? Por que elas exigem pontualidade e imediatismo de nossa parte se não temos isso por parte delas? Por que algumas pessoas são tão indisponíveis, mas exigem que estejamos disponíveis para elas durante 24 horas do nosso dia? Por que alguns prestadores de serviço atrasam tanto para começar um atendimento com hora previamente marcada?

Eu sempre passo raiva quando procuro atendimento médico com hora marcada. A maioria dos médicos não te atende no horário. Isso porque eles já têm as agendas bem definidas com antecedência. Desde que me entendo por gente, me vejo presa por horas em salas de espera de médicos. E eu acho isso muita covardia, pois ninguém vai ao médico porque quer, ninguém vai ao médico para se divertir. Se estamos ali, é porque estamos com algum problema ou estamos tentando evitar algum problema de saúde. Já temos que lidar com a ansiedade de não estar com a saúde em perfeitas condições e ainda temos que lidar com o estresse de perdermos um dia inteiro esperando pelo atendimento, sendo que nosso tempo é tão precioso quando o de qualquer outra pessoa. Já fiz um post aqui sobre esse assunto e confesso que nada mudou de lá pra cá.

Outra situação que sempre me incomoda é as empresas acharem que seus funcionários são máquinas e que têm que trabalhar no regime 24 por 7. Meu último post foi exatamente sobre isso e não me estenderei sobre esse assunto aqui. Mas vale ressaltar que as pessoas que te incomodam no seu horário de descanso com demandas que podem ser esperadas, são as mesmas pessoas que se tornam indisponíveis no horário de descanso delas. Às vezes situações que realmente são emergenciais não conseguem ser resolvidas a tempo porque uma das pessoas envolvidas no processo está indisponível. E, geralmente, essa é a pessoa que vai reclamar caso outro membro da equipe se comporte da mesma maneira.

Fato é que uma pessoa sempre acha que o tempo dela é mais precioso que o tempo de outro. Quando se atrasa para um compromisso, sempre encontra uma desculpa, mas, no final das contas, foi tudo falta de planejamento e falta de prioridade, além de falta de responsabilidade e respeito com o outro, que ficou esperando, perdendo o seu tempo. Sempre prezo pela pontualidade, em qualquer situação. Uma vez marquei um café com um amigo que mora na Irlanda e que estava de passagem aqui pela cidade. Marcamos às 15h e fui pontual. Ele também foi e me disse “Nossa, Dani, você é a única brasileira que eu conheço que é pontual até em cafés para bate papos informais”. Na época eu respondi que isso era respeito de minha parte, que mesmo para um passeio informal devemos entender que o outro fez uma escolha e a escolha foi gastar o tempo dele ao seu lado e que isso deve ser valorizado.

Diante disso fica meu questionamento: o tempo das pessoas tem valor diferente? Quanto vale o nosso tempo? O que determina que o tempo de uma pessoa X vale mais que o tempo de uma pessoa Y? O que justifica esperarmos tanto tempo pelo atendimento de um determinado profissional e ele não poder esperar 5 minutos de um atraso do cliente? Sei que esse assunto é recorrente por aqui, mas a cada dia, a cada ano, acho mais urgente conversarmos sobre pontualidade. A vida anda cada dia mais corrida, nos tornamos malabaristas para dar conta de todas as tarefas que nos foram incumbidas e, por isso mesmo, temos que valorizar não só o nosso tempo, mas o tempo do outro também. Isso se chama respeito!



  • Aline Monteiro: Perfeito, Rosinha. O jogo foi muito bom!! As meninas entregam muito mais do que a seleção masculina e seus mil holofotes. E não só no futebol: que
  • Lilian: Obrigada, minha amiga querida! Vou contar nossa história tão improvável e tão surpreendente!!
  • Bruna Franco Barbosa Monteiro: Nivaldo, vc escreve muito bem, encantada! Sou estudante de psicanálise e estava lendo sobre a História da Lilly Braun e cheguei até aqui! GratidÃ