Blog da Rosinha

Respeito

Posted on: 7 outubro, 2020

Vamos falar hoje sobre um assunto que muitos falam sobre, mas poucos o vivem na prática: o respeito. As pessoas dizem que querem ser respeitadas, que merecem respeito, mas será que elas também respeitam os outros? É muito fácil você respeitar quem pensa igual a você, mas e a pessoa que pensa diferente? Ela não merece respeito?

Pois bem, por que eu estou escrevendo isso? Porque desde o início da pandemia eu assumi uma postura de recolhimento, em respeito à minha saúde e à saúde do próximo. Eu escolhi sair de casa apenas para ir trabalhar, ir ao supermercado e ir levar meus pais aos médicos, saindo de casa o mínimo possível. Deixei de frequentar restaurantes, pizzarias, hamburguerias, festinhas de família, encontros de casais, parei de receber amigos em minha casa etc. Tudo isso porque essa é a recomendação para esse momento, pois ainda não temos vacina e não temos um tratamento efetivo contra o novo coronavírus. Minha vida está assim desde o dia 18 de março e não sei até quando ela continuará assim, pois ainda não tem uma vacina eficaz sendo produzida em larga escala.

Desde então tenho visto as pessoas fazendo aquilo que elas bem entendem: umas se recolhem, assim como eu; outras não estão nem aí pra nada, desde o início de tudo isso, e agem como se nada de errado estivesse acontecendo no mundo, fazendo suas festinhas e se aglomerando como se o amanhã não existisse; outras, que antes estavam recolhidas, encheram o saco e agora resolveram voltar a viver normalmente, indo a restaurantes, frequentando barzinhos, fazendo viagens; algumas conseguiram arrumar namorados nesta quarentena, inclusive trocando de namorado duas ou três vezes; já outras são descrentes e acham que o vírus é invenção da mídia golpista e, sobre essas, eu nem faço comentário algum.

E o que tudo isso tem a ver com respeito? Pois te digo: eu não estou sendo respeitada em minhas decisões, mesmo eu respeitando as decisões alheias. Pessoas constantemente me convidam para suas festinhas, que têm poucos convidados, e eu recuso o convite sem emitir a minha opinião a respeito. Resultado: eu saio como a chata radical. E esse “julgamento” vem sem eu emitir a minha opinião, pois se eu a emitisse, provavelmente eu seria queimada tal qual Joana foi. Até apelido “inofensivo” eu ganhei. Mas não fiquei chateada, mesmo sabendo que brincadeira é quando os dois brincam juntos e, nesse caso, a pessoa brincou sozinha.

Fato é que a inversão de valores fez com que as pessoas que estão seguindo suas vidas de acordo com as recomendações para o momento são duramente criticadas e são desrespeitadas em suas decisões. Amigos se afastam, familiares se aborrecem, colegas as bombardeiam com críticas, elas ganham apelidos pejorativos… Mas elas não podem, em momento algum, ir contra o fato de as pessoas estarem sendo extremamente irresponsáveis e vivendo sem pensar no coletivo. “Ah, não, isso não! Você não pode falar isso, pois as pessoas simplesmente se cansaram de ficar em casa e você TEM que entender a necessidade delas”.

A única coisa que peço é que vocês, que pensam diferente de mim, me respeitem ao invés de me julgarem. Aceitem o meu não ao seu convite neste momento sem ficarem com raiva, sabendo que se a situação fosse outra, eu estaria junto de vocês. E sim: eu fico extremamente chateada com essa falta de responsabilidade com o coletivo. Mas, ao invés de julgar e derramar minha opinião sobre vocês, eu me calo e continuo seguindo adiante com as minhas convicções. Se cuidem!

1 Response to "Respeito"

Concordo plenamente.

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  • Aline Monteiro: Perfeito, Rosinha. O jogo foi muito bom!! As meninas entregam muito mais do que a seleção masculina e seus mil holofotes. E não só no futebol: que
  • Lilian: Obrigada, minha amiga querida! Vou contar nossa história tão improvável e tão surpreendente!!
  • Bruna Franco Barbosa Monteiro: Nivaldo, vc escreve muito bem, encantada! Sou estudante de psicanálise e estava lendo sobre a História da Lilly Braun e cheguei até aqui! GratidÃ